Uma nova era para o sampling
GM, Block Pointers. Processo que deu origem ao hip-hop nos anos 80 é redefinido por empresa que está transformando a produção musical através de sua plataforma descentralizada
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A tecnologia a favor da música colaborativa
O sampling usa batidas ou melodias de músicas pré-existentes em uma nova composição. Nos anos 80, este processo funcionava como retirar trechos de discos de vinil e colocá-los em uma produção.
Samplear não era só uma técnica, mas um movimento cultural que deu origem ao hip-hop e reformulou a indústria fonográfica:
“O ethos de samplear, cavar (procurar) samples e toda a cultura Hip-Hop que o cercava era mais do que apenas a música, englobava vários outros elementos como grafite, moda e breakdancing. Era o equivalente ao que o punk rock teria sido nos anos 70, um movimento ou um estilo de vida”, definiu Jason O'Bryan, produtor e músico.
A nova cena que surgia alçou artistas como Biz Markie, alcunhado de o Príncipe Palhaço do Hip-Hop. Além de ter emplacado o seu hit clássico ‘Just a Friend’ no Top 10 da Billboard Hot 100 em 1989, o rapper protagonizou a maior batalha judicial sobre o sampling e o uso dos direitos da propriedade intelectual (IP).
“Quando a tecnologia e as práticas de sampling se tornaram o modelo musical do hip-hop no final da década de 1980, as regras comerciais e legais eram uma área totalmente cinzenta. Como as técnicas criavam cópias digitais do material original, os detentores de direitos autorais poderiam argumentar que a amostragem não autorizada violava sua propriedade intelectual”, explicou a publicação National Public Radio.
A batalha Markie x O'Sullivan:
Pouco depois de estourar, Biz Markie lançou ‘I Need a Haircut', em 1991. O álbum trazia ‘Alone Again’, uma faixa que exibia compassos do familiar riff de piano do hit de 1972 de Gilbert O'Sullivan, ‘Alone Again (Naturally)’.
O modelo da nova canção seguia o formato de ‘Just a Friend’, que usava um loop de piano e um trecho de música de Freddie Scott.
Ao contrário de Scott, Gilbert O'Sullivan não foi complacente com Markie e processou o rapper.
Após decisão do juiz Kevin Duffy, Markie foi culpado de infringir os direitos autorais de O'Sullivan. Ele teve de pagar US$ 250.000 por danos e ficou proibido de continuar a vender o single e o álbum.
A ordem de Duffy mudou definitivamente os negócios de música em torno do sampling. Os lançamentos posteriores só rodavam mediante autorização das gravadoras.
Falecido no ano passado em Nova Iorque aos 57 anos, Markie não poderá acompanhar a revolução que está por vir.
Três décadas depois do caso emblemático, a Arpeggi está reconstruindo a produção musical através da blockchain, estabelecendo uma nova era para o sampling.
A plataforma inaugurou seu ecossistema sem barreiras em que qualquer pessoa pode criar, fazer upload, publicar e explorar sons e músicas para outros produtores usarem por meio de remixagem e sampling.
“Imagine um espaço onde cada música que você ouve está aberta para exploração. Com alguns cliques, você pode explorar como a faixa foi feita, as camadas musicais, o arranjo, até os sons individuais. E qualquer parte disso pode ser usada como combustível criativo para seus próprios projetos”, descreveu o site Culture3.
Para “construir o futuro da colaboração digital", a Arpeggi recebeu a injeção de US$ 5,1 milhões em uma rodada liderada pela Andreessen Horowitz (a16z), a empresa de capital de risco dos EUA que mais tem investido em Web3 e criptografia.
Os DJs e produtores Steve Aoki e 3LAU, duas lideranças da nova tecnologia no cenário musical, estão entre os participantes. Aoki, inclusive, atuará como consultor.
Ao contrário de outras plataformas que incentivam a propriedade e o ganho de royalties por meio da posse de um NFT de música, a Arpeggi propõe uma nova maneira com foco no processo criativo musical:
“Quando olhamos para o cenário musical da web3, a grande maioria das plataformas está focada em tokenização, colecionáveis, royalties – mas vemos essa enorme oportunidade de afetar como a própria música é criada. Esta plataforma é sobre relacionamentos, colaborações e novas músicas. Trata-se de criar uma forma verdadeiramente open-source”.
O vasto acervo da biblioteca disponibilizada pela Arpeggi para sua comunidade funciona sob uma licença Creative Commons Zero (CC0). Ou seja, as faixas digitais podem ser reproduzidas para fins comerciais sem necessidade da permissão do detentor original.
“Invertemos o paradigma para que os artistas incentivem a reutilização de suas músicas em vez de restringi-las”.
A despeito do propósito de devolver “diversão e a liberdade ao sampling”, a plataforma promete a distribuição de royalties para os músicos a partir do momento em que ela for monetizada. Atualmente, a Arpeggi custeia até as taxas de gás para eliminar qualquer barreira de entrada para os seus criadores.
Da mesma maneira que a origem do sampling está intimamente ligada ao hip-hop, a Arpeggi tem suas raízes vinculadas ao gênero.
Fundada pelos irmãos Evan e Kyle Dhillon e por James Pastan, a startup desenvolveu seu primeiro protótipo em 2016, quando Kyle começou a trabalhar em um gerador programático de batidas de hip-hop.
Anos depois, as possibilidades trazidas pela Web3 somaram-se ao conhecimento dos fundadores em música digital para impulsionar o negócio que pretende melhorar a criação musical.
Estabelecer a cultura de remixagem e sampling sem permissão, para os idealizadores da empresa, só funciona mediante ao crédito, imprescindível para a geração de valor criativo aos produtores de conteúdo.
“É a mudança do padrão para que qualquer som que você ouça seja um som com o qual você possa criar. Trata-se de aproveitar os benefícios da tecnologia para fazer música juntos”, simplificou James Pastan, cofundador e COO da Arpeggi.
E é seguindo esta lógica que a Aperggi prepara-se para gerar novas oportunidades aos músicos que incorporam literalmente o mantra da co-criação na Web3.
Direto ao ponto
Nesta sessão, sempre traremos alguns poucos e bons destaques sobre o que está acontecendo neste mercado
WAGMI - We’re all Going To Make It
O mantra adotado pelos entusiastas desta tecnologia que expressa boas notícias e tem conotação de que estamos juntos para fazer isso acontecer.
Afinal, conectar, democratizar, construir e pertencer a uma comunidade são os valores que irão nortear nossa jornada
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