Sky’s The Limit
GM, Block Pointers. Colecionáveis de Notorious B.I.G. promovem imersão ao Brooklyn dos anos 90 e trazem licenciamento inédito do áudio freestyle mais famoso do rapper
Brooklyn's Finest 22: de volta ao malicioso tecnológico Bed-Stuy
Bedford-Stuyvesant era o centro do hip-hop hard-core nos anos 90. As batidas e rimas expunham as mazelas sociais e a depressão que exalavam das ruas do sub-bairro do Brooklyn. Vender crack ou aspirar a ser um rapper era a dúvida que pairava sobre os jovens. Eles perambulavam pela área com um tom intimidador. Biggie era um deles.
Na esquina da Fulton Street com St. James Place, em meio ao comércio livre de drogas, a única regra era venerar as batalhas de freestyle. Nos desafios para eleger quem melhor improvisava letras de rap, Christopher Wallace, o Biggie, era unanimidade.
Aos 17, Christopher ainda não havia se transformado em B.I.G., Notorious ou Big Poppa. E foi com esta idade que ele fez seu primeiro freestyle. Existe um único registro em vídeo com imagens de baixa qualidade.
Em 2022, no aniversário de 25 anos da morte de Notorious B.I.G., o licenciamento do áudio do freestyle mais famoso do rapper, e que jamais havia sido lançado, será disponibilizado aos fãs… desde que eles sejam membros do Sky’s The Limit The Notorious B.I.G. Collection.
Aliás, não poderia ter nome mais emblemático para o primeiro projeto de colecionáveis digitais daquele que é tido como o rapper mais influente de todos os tempos.
Desenvolvida pelo OneOf, a coleção será lançada na próxima terça-feira, trazendo avatares 3D inspirados na vida e obra de Biggie.
Há também a promessa de acesso a outras versões raras produzidas por Notorious, além de colaborações secretas com ícones do hip-hop.
Sem dúvidas, o grande trunfo do Sky’s The Limit Collection é a liberação dos direitos do icônico freestyle, que poderá ser usado por outros músicos em gravações ou distribuído em plataformas de streaming com o devido crédito “featuring The Notorious B.I.G.”.
As raízes do freestyle aprimoradas nas ruas do Brooklyn foram levadas por Biggie para dentro dos estúdios, e constituem a essência do sucesso meteórico dele.
“Ao contrário da maioria dos outros rappers, ele nunca carregava cadernos de letras para o estúdio”, escreveu o jornalista de hip-hop Cheo Hodari Coker, em Unbelievable: The Life, Death and Afterlife of the Notorious BIG.
Em sua curta carreira, Biggie lançou um único álbum em setembro de 1994. Ironicamente chamado de Ready To Die, o disco surgiu três anos depois da primeira demo gravada e três anos antes do seu assassinato.
O raro acervo original do rapper em vida e sua pouca disponibilidade pública reforçam o valor intangível por trás dos NFTs.
Somado a isso, está a história contada pelo OneOf, que explorou brilhantemente as origens do rapper para trazer um produto digital que conecta-se emocionalmente com os fãs do Notorious.
O uso do acervo fonográfico de Biggie é a ligação sonora do Sky’s The Limit Collection com o passado do rapper. E para oferecer uma experiência mais imersiva e visual, a coleção recorreu ao The Brook, que permitirá aos detentores dos NFTs voltarem aos anos 90 para conhecer o Brooklyn onde Notorious cresceu.
“The Brook transporta você para um mundo virtual imersivo definido pela cultura e impulsionado pela herança do hip hop – abrangendo gerações, moda, estilo, entretenimento e, agora, o futuro da tecnologia. É uma experiência virtual gamificada que leva você de volta no tempo para as ruas do Brooklyn dos anos 90 e direto para o mundo de um dos maiores MC's de todos os tempos: The Notorious BIG”
O Brook Metaverse é uma espécie de token VIP oferecido em parceria com a Ticketmaster. Quem optar por garantir um item digital, terá acesso gratuito ao metaverso do rapper, direito de compra de ingressos para conteúdos futuros e dos NFTs de Biggie e produtos customizados.
Aqueles fãs que não possuírem os tokens poderão adquirir tickets e também visitar o espaço virtual. Trata-se de uma experiência híbrida, que ainda usa processos tradicionais e atende a um universo maior de pessoas. Em momento de transição tecnológica, é fundamental.
Quem desconhece a história do Brooklyn, hoje depara-se com a versão cool e hipster do bairro. Para os rappers que cresceram na mesma época de Biggie e se gabavam de sobreviver a tiroteios no local, a desconexão entre passado e presente é chocante.
As antigas ruas malvadas foram tomadas por cafés gourmet e seus cupcakes e pela inflação imobiliária.
Ainda em 2013, o apartamento de infância de Biggie - um três quartos sem elevador - foi listado por uma divisão da luxuosa Sotheby's International Realty, que pedia US$ 725.000,00. Atualmente, os imóveis não custam menos do que US$ 2,5 milhões.
A memória de Notorious é mantida viva através dos painéis de grafite, dos estabelecimentos frequentados pelo rapper e que resistiram ao tempo, e até pela renomeação da lendária esquina da Fulton Street e St. James Place, que agora chama-se Christopher 'Notorious BIG' Wallace Way.
Agora, o saudosismo dos fãs e dos moradores e estudiosos da cultura do rap, que ainda contam casos memoráveis sobre o Brooklyn de Biggie, ganha mais uma maneira de ser revivido por meio do Sky’s The Limit The Notorious B.I.G. Collection.
Nem nos maiores devaneios de suas composições freestyle, Notorious poderia imaginar que passado e presente seriam conectados, em um futuro distante, por uma tecnologia capaz de reproduzir fielmente pedaços da história que ficaram para trás.
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