O Grande Jogo Online
Como a atual lógica de seguidores se opõe ao novo jeito de construir capital social na terceira era da internet: usuários no centro e foco em serviços ao invés de plataformas intermediárias
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Efeito Messi X Economia da propriedade
Lionel Messi deixou o PSG há uma semana, levando também mais de dois milhões de seguidores do clube no Instagram. Apesar da baixa, os franceses ainda podem comemorar o legado do argentino, pelo menos nas redes sociais.
Quando o astro assinou, em 2021, o Les Rouge-et-Bleu quase dobrou o número de pseudo-fãs na plataforma: de 38 para 70 milhões.
O efeito Messi acompanha os movimentos do jogador e já causou impactos na sua nova casa: o Inter Miami, cujo proprietário é David Beckham.
Somente na última quinta-feira, quando a informação extra-oficial foi divulgada, o clube da Flórida que disputa a Major League Soccer (MLS) saiu de um milhão para mais de cinco milhões de seguidores.
No último fim de semana, a franquia de Beckham ultrapassou o tradicional Miami Heat, que perdeu as finais da NBA na segunda-feira para o Denver Nuggets. Atualmente, são mais oito milhões de seguidores e contando...
A competição que envolve Messi neste momento extrapola os gramados. Fora dos campos, existe uma disputa para construir capital social e convertê-lo em capital real. E esta lógica alimenta o que Packy McCormick chama de Grande Jogo Online.
Todos que estão nas mídias sociais são jogadores. Cada vez que você faz login, significa optar por entrar neste jogo, seja como um participante ativo ou como um consumidor passivo em busca de benefícios na forma de entretenimento.
O desempenho determinará as recompensas a serem recebidas on-line e off-line.
No caso de Messi, o boom meteórico impulsionador de tráfego nas redes do Inter Miami e da MLS é um bônus oferecido pela grife ostentada pelo sete vezes melhor do mundo.
Tratando de negócios, o que realmente importará para ele, a liga, Adidas e a Apple TV será a conversão: seguidores e curtidas precisam se transformados em compra de ingressos, produtos e assinaturas. Somente desta maneira o ganha-ganha prevalecerá.
FALTA OFICIALIZAR: Por que o contrato de Lionel Messi com o Inter Miami ainda não foi fechado; MLS e Apple pressionam pelo envolvimento do All-Star
Considerando a relevância do atual campeão mundial e o histórico do país expert em amplificar o esporte como negócio e entretenimento, podemos cravar que será uma missão cumprida com bastante êxito e em um curto espaço de tempo.
Agora, pense no fã de Messi. Qualquer interação via redes sociais torna-se totalmente descartável diante de um fato novo, como a transferência do jogador.
E o que isso significa? Não se cria uma relação mais duradoura com o universo no entorno do jogador: leia-se clubes, ligas e patrocinadores. São apenas conexões superficiais e efêmeras a troco de uma mera recompensa nos moldes mais tradicionais e previsíveis: siga e concorra.
No Velho Mundo, como Christian Felde define a era dominada pelas plataformas das big techs, o usuário não está no centro, e essa regra vale até para o Messi.
"Essas plataformas, como o Facebook, têm o luxo de serem guardiãs, basicamente. Elas podem escolher quem tem permissão para se inscrever e usá-las. No modelo com o qual todos estamos familiarizados e no qual costumávamos pensar e desenvolver soluções com base, é a plataforma que fica no centro", explicou o insider sobre código aberto, blockchain e DeFi.
A premissa da descentralização trazida pelo terceiro momento da internet determina uma mudança no fluxo de informação, que confere uma nova posição aos usuários.
"Web3 é sobre serviços, não plataformas. Se você quer operar na esfera e no domínio Web3, pense em construir serviços valiosos para os usuários. Esteja preparado para dar a eles a propriedade dos dados retornados por esses serviços. Além disso, permita que os usuários tragam seu próprio ID por meio de suas chaves público-privadas geradas localmente. Não os force a se inscreverem em outra plataforma e criar outra senha", pediu Felde.
Retomando o fundamento do jogo social, Mason Nystrom, parceiro de investimento do fundo Variant, nos lembra que o capital social tem sido um equalizador, permitindo que "indivíduos de origens não credenciadas tenham suas vozes amplificadas."
Os jogos sociais e as economias do amanhã, por sua vez, fornecerão a seus usuários oportunidades de propriedade e mecanismos de monetização mais diretos, "construídos em torno de experiências únicas."
" Os jogos sociais vencedores da Web3 serão as plataformas que projetam experiências sociais opinativas e alavancam o poder financeiro das criptomoedas primitivas", avisou Nystrom.
Packy McCormick reforça a posição de Nystrom, frisando que as moedas digitais funcionarão como um passe de entrada:
"A criptografia em si não é o jogo. É apenas a moeda para um jogo muito maior, jogado na Internet, que envolve CEOs, influenciadores, artistas, pesquisadores, investidores e pessoas comuns, como você e eu."
COMO É O ATUAL JOGO
Por Mason Nystrom
O caminho para monetizar o capital social varia de acordo com a rede. Alguns deles vinculam os pagamentos diretamente ao capital social: Twitch, YouTube, TikTok e Spotify, por exemplo, pagam as pessoas diretamente à medida que seus assinantes, visualizações e streams aumentam. Outras redes sociais, como Twitter, Substack, Instagram, Facebook e Snapchat, fornecem aos usuários os meios de distribuição e deixam a monetização por conta do indivíduo por meio de complementos como anúncios, marketing de afiliados e patrocínios.
A versão subversiva do jogo social entrou no radar de quem construiu o atual formato. Mais especificamente, no contexto da guerra pelo poder e atenção entre Meta e Twitter.
No fim de maio, detalhes sobre a rede social descentralizada do Instagram foram vazados pela insider Lia Haberman depois de ela conversar com um dos creators selecionados para os testes.
A The Block Point mostrou por que os projetos de códigos abertos indicam que uma nova era para a internet definitivamente está em curso. E o Instagram 3.0, momentaneamente, sinaliza que esta mudança vem a galope, ameaçando a lógica dos negócios vigentes no Vale do Silício.
Informações atualizadas reveladas pelo The Verge mostram que os executivos pretendem entregar “uma plataforma que é executada de forma sensata.” De acordo com a publicação, o diretor de produtos da Meta, Chris Cox, disse em uma reunião com funcionários que o novo projeto é “nossa resposta ao Twitter.”
O Project 92, como vem sendo chamada a iniciativa, será configurado como um aplicativo de texto autônomo semelhante à seção de comentários do Instagram. Internamente, discute-se a possibilidade de chamá-lo de Threads, o mesmo nome dado ao app de mensagens morto da rede social, embora a decisão não seja final.
Com o objetivo de desvincular o conteúdo social de aplicativos específicos e torná-lo mais acessível, o Threads se integrará ao protocolo descentralizado de mídia social ActivityPub.
“Ouvimos de criadores e figuras públicas que estão interessados em ter uma plataforma que seja administrada de forma sensata, na qual eles acreditam que podem confiar e confiar na distribuição”, disse Cox na reunião.
Aparentemente, o app moderado da Meta soa mais como uma proposta descentralizada para minar o Twitter do que uma solução inspiradora para as redes sociais do futuro.
"Os aplicativos sociais criptográficos mais comuns que encontrei visam ser versões duplicadas do Twitter, Discord ou Instagram - mas com NFTs, dados abertos e carteiras incorporadas. NFTs que permitem que você possua seu próprio nome de usuário, conteúdo e ativos digitais quase certamente serão a pedra angular do próximo aplicativo social, com certeza. Mas as novas redes sociais não terão sucesso se simplesmente distorcerem nossos aplicativos sociais existentes", opinou Mason Nystrom.
TWITTER E META ESTÃO ENTRE AS SETE MARCAS MAIS ODIADAS PELOS AMERICANOS
Por CNBC
Twitter, Meta e TikTok são três dos maiores gigantes de mídia social do mundo. Eles também são três das marcas com as piores reputações nos EUA, de acordo com o recém-lançado 2023 Axios Harris Poll.
Milhões de usuários ativos mensais em todo o país não conseguiram manter as empresas de mídia social fora da lista que Axios e The Harris Poll compilaram, pedindo a mais de 16.000 americanos para elencar as cem empresas que consideravam “mais visíveis” em nove categorias.
Meta e Twitter pontuaram mal em “cultura” e “ética”. Neste ano, elas enfrentaram a reação pública depois de demitir milhares de trabalhadores por e-mail.
No caso do Twitter, este foi apenas um fato de uma série de dramas crescentes na empresa, que a Fidelity estima valer agora um terço dos US$ 44 bilhões que Elon Musk pagou em outubro de 2022.
À primeira vista, as ressalvas de Nystrom aplicam-se perfeitamente à narrativa que está sendo construída pela Meta. É importante lembrar que o advento das redes sociais Web3 implica na geração de mais valor para os usuários e aqueles que contribuem com o conteúdo que as tornam valiosas.
Princípio reforçado pela empresa de capital privado Andreessen Horowitz. Em estudo publicado recentemente, a a16z diz que a Web3 usa tokens baseados em blockchain para definir novas formas de propriedade digital, registrar transferências de propriedade e criar incentivos “para que os participantes realizem ações que contribuam para o crescimento e a saúde de um ecossistema digital.”
Por ora, enquanto estes conceitos não são aprofundados e externados ao mainstream pelas plataformas tradicionais, adotamos a ironia do especializado Gizmodo para encararmos o projeto da Meta como uma spinoff do Instagram, seguindo sua sistemática de replicar cópias.
"A alternativa da Meta tem potencial para ser muito diferente, principalmente porque a empresa é muito boa em copiar coisas. Embora possa inspirar aborrecimento ou interrupção com seus produtos copiados no início, como quando roubou o Stories do Snapchat e lançou o Reels descaradamente para competir com o TikTok, milhões e milhões inevitavelmente sucumbem e decidem que as versões da Meta não são tão ruins."
Direto ao ponto
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