Lembra-se dos filtros do Snapchat?
GM, Block Pointers. Snap AR, a vertical de realidade aumentada, lidera tecnologia que está promovendo novas experiências imersivas entre marcas e fãs. Entretenimento ao vivo entra na mira
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As lentes com efeitos surreais reposicionam Snap Inc.
No fim de semana, os 12.000 m2 do Grant Park foram transformados pelo Snapchat em um mapa de realidade aumentada (AR) do tamanho da tela do seu celular. A solução que sobrepõe imagens digitais na visão do mundo real oferecia ao público uma melhor orientação espacial para os quatro dias de Lollapalooza no parque público de Chicago.
Para os criadores de conteúdo, amadores ou profissionais, a parceria Snapchat x Lolla AR disponibilizou também outros drops, incluindo lentes para a captura dos momentos do festival.
Os filtros temáticos eram bem diferentes do robô roxo e do cachorro-quente que aparecem nos telhados do escritório da Snap Inc. em um dos arranhas céus da Manhattan, conforme relato da Billboard. Por lá, eles tornaram-se bem populares entre os funcionários, especialmente depois que o Snapchat expandiu-se para Snap AR.
Agora, a vertical de realidade aumentada está posicionando a empresa como uma das expoentes na transformação do consumo de entretenimento e na criação de um novo tipo de relacionamento entre marcas e público.
Sofie Hvitved é chefe de mídia do Instituto de Estudos do Futuro de Copenhague. Para ela, “a interação entre nossos mundos virtual e físico, é a coisa mais interessante em relação ao metaverso.”
E é justamente isto que a Snap AR está fazendo muito antes do hype em torno do metaverso e da Web3.
O que começou como uma forma de diversão e expressão, evoluiu para um negócio:
“A AR no Snapchat oferece uma ferramenta para utilidade e comercialização, capacitando as marcas não apenas alcançar seus clientes, mas se conectar com eles por novos caminhos”, explicou Toccara Baker, diretora de marketing de produtos do Snapchat.
Silenciosamente, o Snapchat tornou-se líder em realidade aumentada. E os números mostram o tamanho deste domínio:
2,5 milhões de lentes criadas
3,5 trilhões de visualizações dos filtros da comunidade de criadores
Dos 250 milhões de usuários diários, 75% interagem com AR
No total, são 34 milhões de usuários ativos em 20 países; 75% deles têm idades entre 13 e 34 anos
A jornada para a soberania começou em 2013 com o Lenses, que permitia aplicações de AR em fotos e vídeos, passando, dois anos depois, pelo vômito do arco-íris e as lentes animadas de cachorro-quente, até chegar à Snap AR em 2017.
Antes de oficializar a nova venture descrita como “all things AR for Snapchat”, a empresa também registrou uma patente que detalhava como seus óculos habilitados para AR funcionariam.
Controladora da promotora do Lollapalooza, a Live Nation teve a percepção, em 2019, de que experiências imersivas ditariam o futuro da música ao vivo. Os primeiros testes aconteceram em um show do The Chainsmokers e, depois, no Music Midtown de Atlanta.
O filtro AR era acessado por meio de um aplicativo pré-instalado que necessitava ser baixado. Não era a melhor solução.
Na retomada dos eventos ao vivo, em julho do ano passado, Kevin Chernett, vice-presidente executivo de parcerias e inovação de conteúdo global da empresa, procurou Ben Schwerin, vice-presidente sênior de conteúdo e parcerias da Snap Inc., para viabilizar a AR em seus festivais.
“Eu estava tipo, 'Precisamos fazer isso com você. Você tem 250 milhões de usuários diários, eu tenho basicamente zero’. Realmente, não havia outra plataforma para a qual recorrer. Se você olhar para a interação AR, não há outra plataforma que esteja nem perto”, contou Chernett, em entrevista à Billboard.
Em abril deste ano, Live Nation e Snap anunciaram uma parceria por quatro anos para AR customizada em festivais e shows. Antes do Lolla, o Electric Daisy Carnival de Las Vegas, promovido pela Insomniac, subsidiária da Live Nation, foi o primeiro a validar as experiências.
“AR será a próxima tela criativa importante para os artistas quando eles estiverem pensando 'como será meu show?' À medida que a tecnologia evolui, queremos pensar: 'Como será o futuro dos shows?’”, questionou Ben Schwerin.
Na edição do fim de semana, o Lollapalooza utilizou um dos recursos do Snap contra redes congestionadas em dias de festivais. Lembram-se do mapa virtual mencionado no início do texto? Ele funcionou por meio do AR Compass, que permite a ativação do filtro mesmo sem conectividade, usando a localização GPS para exibir o mapa 3D interativo.
Outra ferramenta disponibilizada foi a Friend FindAR Lens, lançada no EDC Vegas na versão beta. Ela ajuda os fãs a identificarem sua localização relativa a de amigos com auxílio de recursos visuais - um arco-íris, por exemplo - que funcionam como ponto de referência.
A aposta na indústria da música para massificar o seu produto de AR não é por acaso. O Snap diz que a recomendação entre amigos é um diferencial da rede para a viralização dos vídeos com filtros AR, quando comparado a plataformas como TikTok. Geralmente, 40% dos vídeos criados com alguma trilha sonora são compartilhados diretamente através do recurso de bate-papo.
A construção de todos projetos envolve a Arcadia, o estúdio criativo global erguido pela Snap AR em outubro de 2021 para ajudar as empresas a desenvolverem experiências interativas em web ou aplicativos.
Foi esta agência interna quem criou a ativação para a Verizon 5G no Super Bowl LVI deste ano. Um dirigível virtual gigante foi colocado em cima do SoFi Stadium para incentivar a disputa entre os torcedores pelo seu controle.
E o laboratório de AR do Snapchat não se contenta com o que foi feito até agora. Depois do mapeamento de rosto e corporal 3D, atraindo marcas de roupas e de varejo, a empresa está aprimorando o rastreamento manual que é capaz de detectar até 24 pontos.
“Certamente evoluímos desde os primeiros dias da AR, quando era visto mais como um truque, para se tornar um meio que oferece aos consumidores algo útil, informativo, significativo ou divertido”, ponderou Toccara Baker.
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