Guerra Fria do Golfe
GM, Block Pointers. Diante da ascendência de nova organização e ameaça da perda da hegemonia, PGA Tour recorre à tecnologia emergente para se reinventar
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A disputa pela supremacia movida à inovação
Ao invés de CBS, NBC ou ESPN, o Youtube é o canal de transmissão oficial. A exigência do uso calças que compõe a regra do manual de etiqueta clássico do golfista foi dispensada. Agora, os shorts estão liberados. Os jogos, que trazem o conceito de equipe inspirado no modelo da Fórmula 1, também não devem acontecer perante grandes multidões.
Durante os circuitos, Beastie Boys, Twisted Sister e AC/DC embalam a trilha sonora das vitórias, que garantem premiação total acumulada de US$ 20 milhões.
Esta é a concepção do novo golfe pregada pelo LIV Golf, erguido pelo jargão ‘Golf, but louder’ e pelo fundo bilionário e soberano da Arábia Saudita, que promete decretar o fim da hegemonia do PGA Tour.
A turnê separatista abalou a maior organização que reúne os jogadores profissionais dos Estados Unidos. Uma guerra fria foi instaurada há alguns meses, e, no último domingo, o conflito ganhou novos desdobramentos em Chicago.
Duas das contratações mais preciosas do LIV Golf, Dustin Johnson e Cameron Smith, venceram os dois últimos eventos. Eles foram perdas significativas do PGA Tour. Após o torneio do fim de semana, Greg Norman, executivo-chefe da nova liga, sugeriu que os atletas são os “verdadeiros números 1 e 2 do mundo”.
Depois de tentativas de aproximação, Norman ainda disparou: “Não tenho mais interesse em negociar com o PGA Tour”.
Contra a força insurgente e a impossibilidade de uma colaboração, o PGA Tour preparou um novo contra-atacou após banir golfistas dissidentes. A resposta veio através de um produto oriundo da Web3 que tem ligações com a história do jogo e oferece incremento de novas receitas para competir diante dos controversos petrodólares árabes.
A organização lançará colecionáveis digitais dos atletas e que celebram momentos históricos da organização. Toda a arrecadação será revertida para os golfistas.
O projeto é desenvolvido pela Autograph, a plataforma descentralizada criada por Tom Brady que “está construindo o futuro do fandom”.
Sem fornecer mais detalhes, a empresa se limitou a dizer que a parceria começará a rodar no início de 2023.
“Estamos entusiasmados em fazer a parceria com o PGA Tour para ajudar a conduzir o esporte histórico do golfe para o futuro emocionante do fandom. Nossa coleção digital abrangente não apenas permite que os fãs tenham um momento da história do golfe, mas também desbloqueia recompensas e utilidades reais no presente”.
O anúncio da collab pelo PGA Tour acontece no momento em que surge um concorrente que incomoda. E se considerarmos o cenário macro, a novidade também pode ser uma explicação para críticas recorrentes contra a falta de iniciativas tecnológicas que melhoram o esporte e sua relação com os fãs.
Estudo realizado pela Hype Sports Innovation com a EY, em 2017, mostrou que o golfe foi constantemente citado em declínio devido à falta de inovação.
“Falta ao golfe um elemento que certamente terá mais impacto no futuro do jogo profissional do que o aumento de fundos de prêmios ou dinheiro garantido: inovação”, disse Sébastien Audoux, head de esportes digitais do Canal+.
As propostas do LIV Golf não funcionam apenas como chamariz para promoção da nova organização. Quando as transmissões são direcionadas para o streaming, por exemplo, fica claro o objetivo de seus idealizadores em falar com um público mais novo e digital.
O torneio de Chicago atingiu picos de audiência no Youtube de 50.000, 63.000 e 95.000 entre sexta, sábado e domingo. Semanas antes, o circuito de Massachusetts registrou máxima de 75.000 nos dois primeiros dias e de 182.000 na decisão.
“Vejo o LIV Golf tendo o potencial de desbloquear uma nova base de fãs de golfe mais alinhada com jogos e Esports por meio de plataformas de entrega de conteúdo como o Twitch. O PGA Tour e o CEO Jay Monahan inicialmente viram o LIV como uma ameaça e, depois de ver os melhores jogadores e personalidades atraídos, entendi isso. O que eles não viram até agora é sua própria necessidade de inovar”, criticou Colin Weston, criador e apresentador do The ModGolf Podcast.
Para a sua estratégia que usa a plataforma descentralizada de Tom Brady, o PGA Tour conta com um aliado fundamental: Tiger Woods.
A lenda do golfe é embaixadora e integra o quadro de conselheiros da Autograph. Apesar de não ter sido confirmado, o atleta provavelmente exercerá a função de consultor para o desenvolvimento do projeto.
O envolvimento de Woods com a nova tecnologia não se limita ao negócio de Brady. No fim do mês passado, em parceria com sua empresa TMRW Sports, o jogador se juntou ao PGA Tour para criar a TGL, a liga que combina golfe virtual e real jogada às segundas-feiras.
“O TGL é a próxima evolução no golfe profissional e estou comprometido em ajudar a liderá-lo no futuro. Adotar a tecnologia para criar este ambiente único nos dá a capacidade de levar nosso esporte para o horário nobre de forma consistente ao lado dos maiores eventos esportivos”, explicou Woods.
O PGA Tour teve seus primeiros flertes com a tecnologia entre 2015 e 2018, quando testou o uso de realidade aumentada (AR) para o rastreio de tacadas e rendição 3D dos buracos durante transmissões do US Open em Chambers Bay, via FOX.
Com grande expectativa, Sébastien Audoux acredita que o modelo phigital prometido por Tiger Woods pode representar uma nova era para o golfe:
“É por isso que mal posso esperar para ver como se desenrola o novo formato de Tiger. A mistura Golfe x Tech x Estádios parece muito fresca e é de longe a notícia mais excitante para o golfe que ouvi nos últimos dois anos”.
Clima de beligerância à parte, PGA Tour e LIV Golf, ao introduzirem tecnologias emergentes para alavancar suas marcas, devem lembrar-se que a inovação é acompanhada de educação, responsável por mobilizar quem realmente difundirá a causa.
“Uma base de fãs leais é construída em torno de histórias, memórias e experiências de perdas dolorosas e vitórias significativas, e leva tempo para nutri-las. Estou ansioso para o próximo capítulo desta história que continua a ser escrita”, comentou Colin Weston.
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