Block & Business
Estreamos um novo produto para empresas, desconstruindo cases usando o formato TBP para melhorar a conversa delas com o público e atrair prospects quentes. Hoje liberamos o piloto deste projeto
Review by The Block Point: como o TCP coloca a sua marca na Web3 em época de Copa do Mundo
No The CryptoPlayers, o croata Ivan Perisic se chama Ivo Pierseat. Na figurinha digital, o atleta está com uma regata nas cores do país e uma bola de vôlei debaixo de um dos braços, fazendo alusão ao tempo em que ele jogou a modalidade. E também há o detalhe no cabelo que remete ao corte estilizado feito para a Eurocopa de 2016.
Com um storytelling criativo e nonsense que leva ao bom humor, o primeiro álbum do Mundial 2022 no metaverso surgiu em novembro do ano passado, puxando a fila de projetos brasileiros de Web3.
Durante a jornada, os colecionáveis digitais abriram caminho para a criação de um hub de card games, envolvendo partidas entre seus colecionadores, com direito a um torneio narrado pelo apresentador Tiago Leifert, que é um dos investidores do projeto brasileiro.
A dinâmica e a estratégia dos games de futebol se misturam perfeitamente com a lógica por trás das brincadeiras com cartas.
Além de promover diversão, a coleção The CryptoPlayers trouxe a proposta de inclusão e democratização da tecnologia blockchain para os fanáticos por futebol através do hábito de colecionar figurinhas.
O entretenimento combinado com a educação fundiu-se para alavancar o projeto e transformá-lo em um estúdio criativo.
A primeira propriedade intelectual (IP) gerou mais de 20 mil transações em dez meses, tornando-se o maior case brasileiro em volume de transações.
O CryptoPlayers foi o primeiro produto digital de 95% destes colecionadores.
Como usar este modelo e replicá-lo com criatividade e coerência dentro de uma jornada de aprendizado sobre a tecnologia emergente?
O BOLÃO DO METAVERSO
Telecomunicação e Web3
O case construído pelo estúdio The CryptoPlayers e que será apresentado detalhadamente, foi proposto para um empresa de telecomunicação com o objetivo de colocá-la na conversa sobre Web3 e metaverso, aproveitando o contexto da Copa do Mundo.
Grupos de telecomunicações também devem estar antenados sobre a nova internet?
O presidente e CEO da Telefónica SA e presidente do Conselho da GSMA José María Álvarez-Pallete López, sem titubear, diz que sim:
“Estamos na era de algo realmente novo, que é o conceito Web3 e em breve o metaverso. A Web3 é uma internet tridimensional. Os modelos que foram construídos para a internet bidimensional não vão necessariamente funcionar para uma internet tridimensional. Web3 é a combinação de várias tecnologias: implantação de fibra, 5G stand-alone, edge computing, hyperedge computing, blockchain conectado à rede ou incorporado à rede, cibersegurança, softwarização da rede. Você precisa decidir os elementos da rede com os quais poderá construir seu futuro, quais são estratégicos e quais não são essenciais.”
Segundo a STL Partners, o setor de telecomunicação está vivendo a Era da Coordenação.
É o momento em que este segmento será impulsionado por necessidades crescentes de eficiência de recursos e habilitada por novas tecnologias, como IA, blockchain, automação, IoT e 5G.
A maturidade desta indústria é lenta e de longo prazo, e as novas tecnologias poderão acelerar os processos.
Como exemplo, trazemos os números da AT&T. No gráfico abaixo, você percebe como o uso de dispositivos móveis e da Internet contribuiu para a adoção do mercado de massa.
DESCONSTRUINDO O CASE
Agora, nós iremos mostrar como o Bolão do Metaverso pode ser usado por marcas de segmentos distintos para abrir conversas com seus fãs sobre a nova tecnologia, no momento em que a Copa do Mundo toma conta das conversas.
O case é sustentado por três pilares: educação, gamificação e ativações:
Teaser: ‘Convocação para a primeira Copa no Metaverso’
A landing page com informações sobre o projeto funciona também como o gerador de leads.
Para participar, os interessados ganharão um colecionável digital. Além de incentivar a adesão, é uma maneira de promover aquele que deverá ser o primeiro contato de uma grande maioria com um NFT.
As redes sociais e o e-mail base da empresa distribuirão conteúdos como: premiações que serão dadas, cenas do metaverso e teaser da coleção TCP.
Uma newsletter será criada para enviar as informações para os leads gerados pela LP.
Case referência:
Antes do início dos playoffs da temporada passada, a NBA apresentou seus primeiros colecionáveis fora do Top Shot (a plataforma que criou os momentos em vídeos com jogadores e lances da competição) para dá-los gratuitamente aos fãs.
No total, foram 18 mil NFTs criados a partir dos 75 jogadores dos 16 times que se classificaram para os jogos eliminatórios.
Os fãs interessados deveriam participar da comunidade da NBA no Discord e compartilhar o endereço de suas carteiras digitais para pleitear um NFT. Não teve sorteio, e o recebimento era condicionado a ordem de envio até durar o suply.
Pela primeira vez, a liga queria testar o engajamento do público mainstream e começar a formar a sua comunidade digital.
Uma semana após o anúncio, o canal contava com mais de 60.000 membros. A grande maioria não recebeu um NFT, mas passou a frequentar o ambiente de Web3 da NBA.
Esta é a mesma estratégia proposta pelo estúdio TCP: oferecer a experiência de possuir um NFT para estabelecer o primeiro contato e abrir as portas do mundo digital.
Pré-Copa: ‘Aprenda sobre a tecnologia do futuro, comece o aquecimento para torcer pelo Brasil e ganhe prêmios’
Nesta fase, a educação é o foco para promover a imersão no aquecimento para o Mundial. Esta jornada será proporcionada pelo TCP e pela marca, e dividida em três verticais de conteúdos.
Para cada missão completada, os participantes estarão elegíveis para ganhar prêmios.
Os conteúdos são divididos em três fases, iniciando pela educação sobre a nova era da internet, passando pelo institucional da marca e encerrando com a Copa no Metaverso.
A dinâmica da competição
Os 32 colecionadores que acumularem mais TCP estarão inscritos no torneio.
As figurinhas digitais são adquiridas ao longo da jornada de aprendizado, na batalhas contra outros jogadores e por outras experiências.
É obrigatório também ter o trio de NFTs entregues após completar as três fases de conhecimento, pois eles servem como passaporte para as novas fases.
A batalha terá live narrada e compartilhamento de conteúdos para manter a agenda da educação.
Como recompensas, serão oferecidas camisas da Seleção, bola da Copa, produtos da marca, entre outros prêmios.
Cases referências:
Marcas que estão ativando em ambientes virtuais têm apostado em missões gamificadas para proporcionar novas interações com seus fãs e, consequentemente, mantê-los mais tempos nestes espaços imersivos.
A Nike transformou Giannis Antetokounmpo, o astro do Milwaukee Bucks e campeão da NBA de 2021, em um avatar para seu universo no Roblox.
No Nikeland, o grego está usando um protetor de ouvido de biscoito. Para adquirir um Cookie Earmuffs para seu avatar, os usuários deveriam encontrar o jogador, e conversar com o astro do Bucks para receber gratuitamente o wearable.
Não tivemos uma tarefa educativa como o TCP propõe, mas percebemos a preocupação da Nike em criar uma narrativa com um propósito para gerar valor, além de oferecer um item gratuitamente como recompensa.
Reproduzir a versão digital de Giannis e dizer que um dos principais nomes da NBA está em seu metaverso, seria simplesmente lançar uma campanha sem apelo e sentido para o fã de basquete, somente para dizer que entrou na conversa.
Note como a proposta de ensinar do TCP envolve a mesma ideia do lúdico por trás da ativação da Nike, e vai além ao inserir o conhecimento como um pré-requisito para desbloquear benefícios imediatamente.
Boa parte das empresas que se preocupam em fornecer educação sobre blockchain, criptografia, Web3 e metaverso para a sua base de fãs, costuma colocar essa trilha ao longo do projeto.
Em maio, a Coinbase foi até Maryland para promover um workshop sobre criptografia. Não se tratava de mais um evento corporativo para executivos bem sucedidos de multinacionais. A 24 quilômetros de Washington, DC, a exchange esteve no Durant Center para ensinar blockchain e Web3 a 50 estudantes carentes.
Em parceria com a Kevin Durant Charity Foundation, cujo fundador é o jogador de basquete do Brooklyn Nets e embaixador da Coinbase, a empresa de cripto organizou um programa de alfabetização sobre esta nova tecnologia.
Os alunos da instituição aprenderam a criar carteiras, cunhar NFTs e tiveram conteúdos sobre gamificação e metaverso.
Através do KDCF, a fundação fez uma parceria de dez anos com o College Track no Durant Center, que atende atualmente 230 alunos. Eles recebem apoio desde o primeiro ano do ensino médio até a formatura da faculdade.
A Coinbase faz jus ao acordo firmado com Kevin Durant no fim do ano passado o qual ela chamou de parceria e colaboração estratégica de marketing.
Responsável por desenvolver a plataforma que oferecerá os colecionáveis digitais da FIFA, a Algorand já havia feito sua incursão na modalidade meses antes para apoiar o futebol feminino e empoderar as mulheres na blockchain.
O patrocínio assinado com o NJ/NY Gotham FC, da National Women's Soccer League, em março, não previa apenas o apoio para a criação de produtos digitais. Há também um plano para capacitação das mulheres para o uso da tecnologia emergente.
Repare que o pacote educação da Coinbase e Algorand está no contexto de um contrato de patrocínio. O que o TCP propõe é a marca promotora no Bolão do Metaverso ser a própria plataforma de onboarding. E este é o principal diferencial e agregador de valor para o projeto.
Copa: ‘Chegou a hora de torcer e mostrar que manja tudo de futebol e Web3 no primeiro bolão do Metaverso
A terceira e última fase, prevê a manutenção do engajamento da comunidade durante o período de disputa do Mundial com o lançamento do primeiro bolão no Metaverso, uma dinâmica divertida e comum a todo apaixonado por futebol e que faz parte das Copas.
Case referência:
A Budverse x FIFAWorldCup não é uma série de apostas nos jogos da Copa, mas também traz uma dinâmica gamificada usando NFTs, assim como no projeto proposto pelo TCP.
Ao invés de receber colecionáveis com os resultados escolhidos previamente, os participantes da ativação da Budweiser têm acesso aos NFTs “Live Scoreboard”. Após adquiridos (sim, é preciso comprá-los), os holders escolherão qual país desejam seguir para poder cunhar um placar que acompanhará o progresso desta seleção ao longo da competição.
Os produtos digitais também liberam prêmios como kit da Copa do Mundo, acessar um canal no Discord para a comunidade, participação de um mini-jogo e concorrer a uma viagem para a Copa.
Não há uma jornada de missão ou educacional para participar do placar da Copa criada pela marca de cerveja. Basta pagar US$ 100 para ter o NFT.
A venda é liberada para 40 países até 22 de dezembro, e cada pessoa pode comprar no máximo 32 itens.
Assim como no Bolão do Metaverso, a experiência acontece dentro de uma landing page criada especialmente para a ativação, e que está dentro do Budverse.
É neste espaço onde se encontram os outros projetos de Web3 da Bud.
Existem outras 12 coleções de NFTs listadas na OpenSea, sendo 11 pertencentes à série de colaborações com músicos, além da Budverse Cans Heritage Edition, que trouxe 1.936 latas digitais que remetem ao ano de 1936, quando a primeira lata da Bud foi criada.
Nos últimos 11 meses, a marca de cerveja apresenta seu terceiro projeto de NFT, sendo os dois últimos em formato de collabs.
Ou seja, a conversa com a sua comunidade digital continuou, envolvendo outros marcas que agregam valor para o público da Bud.
É uma percepção bem relevante e que sinaliza como podemos continuar o projeto após a Copa do Mundo.
O Bolão do Metaverso é apenas um ponto de partida para que a marca e seu público façam a sua primeira imersão na nova internet. E cada construção dá a possibilidade de aumentar e engajar mais a comunidade que começou a ser formada neste período do Mundial.
O case da Bud nos ensina, especialmente, sobre sustentabilidade e como ela é imprescindível para manutenção de um projeto pensando no longo prazo. E também deixa de lado a especulação com o lançamento de coleções que não agregam aos clientes e stakeholders das marcas.