Autenticidade 3.0
GM, Block Pointers. Novos donos e investidores do Limewire e Napster apostam na conexão genuína e estratégia de onboarding construídas no passado para desbravar a Web3 e retomar hegemonia
Música com afeto e sem barreiras
DJBooth é uma plataforma de mídia com autoridade em hip-hop. Um editorial escrito em 2016 em seu perfil no Medium.com, trouxe a recordação da época em que o Limewire introduziu uma geração de adolescentes ao download de música online.
Não era somente a aquisição de tracks gratuita (e ilegal) que empolgava os jovens. Eis um trecho do relato:
“Limewire era a definição de simplicidade, não havia nada complicado sobre o software. Sem conhecimento prévio de compartilhamento de arquivos, sem saber o que significava peer-to-peer e sem nenhuma compreensão real de violação de direitos autorais, consegui adquirir praticamente qualquer música que me veio à mente. Apenas digitando um título, os arquivos poderiam ser obtidos. Para uma criança apaixonada por música, mas sem dinheiro para comprar álbuns, era como um código de trapaça para álbuns infinitos.”
A memória afetiva traduzida em um agradecimento emocional à marca simboliza um dos maiores méritos das plataformas peer-to-peer (p2p) dos anos 2000: conexão genuína e estratégia de onboarding.
Trazer simplificações com o intuito de facilitar a assimilação de uma nova tecnologia está no DNA destas empresas. No retorno para desbravar a Web3, o posicionamento delas mostra que esta genética continua sendo transmitida entre gerações duas décadas depois.
“O maior desafio com colecionáveis digitais e o mercado criptográfico mais amplo, em geral, é que ele é realmente limitado a um pequeno grupo de usuários experientes. Já existem grandes players no mercado, mas a barreira de entrada ainda é grande demais para permitir a adoção em massa. A maioria dos fãs de música não possui nenhuma criptomoeda ou tem acesso a uma carteira, muito menos entende a mecânica dos colecionáveis na blockchain. Queremos remover todos esses obstáculos e facilitar a participação das pessoas, ao mesmo tempo em que oferecemos uma plataforma empolgante para nativos de criptomoedas”, disse Paul Zehetmayr, um dos CEOs do Limewire.
“A empresa já está executando um plano para aumentar os usuários, criando ferramentas simples e interfaces familiares que convidam os fãs a participar sem o incômodo e o atrito da primeira geração de criptomoedas. Alguém vai chegar lá primeiro, e achamos que, agora, o Napster tem essa oportunidade “, apostou Mike Troiano, da G20 Ventures, responsável por liderar a rodada de compra do Napster.
Um ótimo user experience (UX), possibilidade de compra dos NFTs com cartão de crédito e serviços de custódia para os próprios tokens são algumas das praticidades entregues pela Limewire.
Seguir à risca o manual da Web3 contra fricções para adesão do público mainstream, por sua vez, ainda não é uma garantia de oferecer uma experiência convidativa para o desconhecido e o novo.
A meta estipulada pelo Limewire para o primeiro ano é de levar um milhão de novos usuários para a plataforma versão web3. E como escalar?
“É um nome muito icônico. Mesmo se você olhar no Twitter hoje, há centenas de pessoas ainda nostálgicas sobre o nome”, disse Julian Zehetmayr, um dos CEOs do Limewire.
As relações autênticas construídas no passado entram em cena justamente para transformar o saudosismo em uma espécie de call to action para o futuro.
Desde o anúncio do ressurgimento, em março, o Limewire fez uma campanha pautada pelo encontro entre as boas memórias e a nova internet. A conta no Twitter foi reativada e alimentada por conteúdos sobre a era dos colecionáveis digitais. Um vídeo bem editado com manchetes e notícias sobre a derrocada, ironicamente, comunicava o retorno.
Gradativamente, a marca inseriu depoimentos de personagens da música como o trio de DJs Cheat Codes, Jonas Blue e Soulja Boy.
A introdução do rapper era a primeira deixa para o lançamento de suas artes digitais que apresentaram o vídeo oficial do marketplace embalado pelo hit estourado de 2007 “Crank That”. Mostramos isso na edição de terça-feira.
Enquanto ainda não é uma plataforma 100% web3, o Napster, por sua vez, divulga seu negócio de NFTs a partir de uma narrativa de aproximação entre fãs e artistas, especialmente aqueles que buscam ascensão.
“Os NFTs darão aos artistas novas maneiras de ajudar os fãs a expressar suas próprias identidades e monetizar todo esse valor inexplorado para se sustentar e continuar fazendo música. A participação dos fãs em royalties e direitos de apresentação criará novos e poderosos incentivos para apoiar as bandas mais cedo e promover seu sucesso”, destacou Mike Troiano.
O Napster já se coloca como a empresa que melhor reconhece os artistas, oferecendo os maiores pagamentos de royalties de streaming comparado ao de seus concorrentes. E, agora, aprimora este formato usando a blockchain.
“Tente lembrar como foi se apaixonar por uma banda que o mundo ainda não tinha descoberto”
A provocação de Troiano reforça a oportunidade que a Web3 proporciona para reforçar os elos entre músicos promissores e público. Segundo ele, o Napster se transformará em uma plataforma de destino que conecta estas pessoas.
Por fim, ele faz a seguinte incitação: “Peguei REM no Living Room, em Providence, no início dos anos 80. Eu teria cortado muitos gramados naquela época por uma participação de 1% em ‘Perfect Circle’. Naqueles dias você tinha um desses, ou não?”
E conclui: “Realmente não é preciso um grande salto de fé para acreditar que uma nova geração de fãs vai querer o equivalente digital daquela camiseta”
Faz sentido para vocês? Para a The Block Point, sem dúvidas, este é o caminho.
Direto ao ponto
Nesta sessão, sempre traremos alguns poucos e bons destaques sobre o que está acontecendo neste mercado
Xangai incluiu blockchain, NFTs e Web3 em seu plano de 5 anos
Disney anuncia foco em Web 3.0 e parceria com rede Polygon para entrar no metaverso
Reddit vai lançar coleção de NFTs que podem ser usados como avatares
Momento NGMI - Not Going To Make It
Esse meme é digno de NGMI (mentalidade de quem não vai ser bem sucedido nesse universo). Ainda bem que vocês, Block Pointers, não cometem essas gafes. Aqui somos todos do time WAGMI!
WAGMI - We’re all Going To Make It
O mantra adotado pelos entusiastas desta tecnologia que expressa boas notícias e tem conotação de que estamos juntos para fazer isso acontecer.
Afinal, conectar, democratizar, construir e pertencer a uma comunidade são os valores que irão nortear nossa jornada
Você, Block Pointer, estará dentro da maior transformação desde o surgimento da internet e nos ajudará a construir este futuro
Para isso, disponibilizamos nossa plataforma para que compartilhem suas ideias e experiências dentro da Web3.
The Block Point
Conectando entusiastas à tecnologia do futuro. Somos o agente de informação e o ponto de encontro para todos que participarão desta revolução.
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