Cripto Nigéria by Williams
GM, Block Pointers. Com fundo que defende causas e minorias, Serena Williams aposta em startup nigeriana para massificação da criptografia no país mais obcecado por moeda digital do mundo
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A vez da mulher de negócios que promove a tecnologia emergente
Serena Williams escolheu “Break My Soul”, o hino sobre a liberdade lançado por Beyoncé em “Renaissance”, para a trilha sonora do vídeo no Instagram que mostra os bastidores da entrevista concedida para a Vogue em que anunciou a sua “evolução para outras coisas importantes longe do tênis”. A tenista multicampeão não vê a palavra “aposentadoria” como “moderna”, e a evita.
O hit estourado nas paradas americanas que marca a nova era da estrela pop, de quem Williams é grande fã, tem trechos como “acabei de me demitir”, “encontrar novo estímulo” e “procurar e construir uma nova e própria fundação”. Reflexões bem propícias para o atual momento da atleta.
Enquanto Beyoncé busca o renascimento, qual caminho seguirá a tenista após o US Open, que deverá marcar sua despedida?
A sua “fundação” já existe - desde 2014 - e tem nome: Serena Ventures. A carreira como empreendedora e investidora, sem dúvidas, está entre as “coisas importantes”.
E qual a motivação por trás dos negócios? A capa da revista Wired, de novembro de 2015 e que abre esta edição, indica a resposta.
"Acredito muito que os negros invistam na África. Isso é muito importante para mim”, disse Serena, no início de julho, durante a Black Tech Week, em Cincinnati.
Empresas que despertam o interesse do seu fundo de capital privado precisam "afetar as pessoas comuns de diferentes maneiras”.
O CAPITAL DE RISCO QUE DEFENDE CAUSAS: Segundo o site da Serena Ventures, 53% das empresas do portfólio atual são fundadas por mulheres. Cerca de 76% dos investimentos destinam-se para companhias criadas por indivíduos pertencentes a minorias históricas. Dentro deste contexto, 47% dos negócios têm fundadores negros e 12% latinos. Comparados com números globais gerais, segundo a Crunchbase, estes percentuais equivalem, respectivamente, a 1,2% e 2%.
E é justamente isso que Williams está fazendo na Nigéria desde fevereiro, muito antes de decretar o fim da carreira nas quadras.
Através da Nestcoin, a tenista está colaborando para massificar a criptografia em um lugar que vive em meio ao caos civil e tem seu dinheiro totalmente desvalorizado. Porém, ostenta hoje o status de país mais obcecado por criptomoedas do mundo.
A empresa de investimentos lançada em 2021 recebeu US$ 6,45 milhões em um pré-seed, do qual a tenista participou, para acelerar projetos de blockchain e inovação para toda a África, impulsionando a adoção de criptos por lá.
O portfólio da Nestcoin inclui uma mídia educacional criptográfica, uma guilda de jogos e um gateway de pagamento baseado em blockchain.
Por meio do “Breach”, a empresa torna as informações criptográficas mais acessíveis nos mercados africanos. A Metaverse Magna, a plataforma de jogos, ajuda seus jogadores a ganhar até US$ 1.000 mensais. E o Lazerpay facilita o pagamento via criptomoedas.
Ainda com pouca competição, a Nestcoin traz soluções para os problemas de infraestrutura que assolam as nações africanas. Por lá, o acesso aos serviços financeiros tem sido cada vez menor.
Entre julho de 2020 e junho de 2021, o uso de criptomoedas na África cresceu 1200%, colocando o continente com a taxa de adoção mais rápida do mundo.
Em termos de valores globais, entretanto, estão bem atrás. Até ano passado, foram negociados US$ 105,6 bilhões em ativos criptográficos, impulsionados por transações peer-to-peer (P2P). A Nigéria liderou o mercado, seguida por África do Sul, Quênia e Angola, todos classificados no top 20 do Índice Global de Adoção de Criptomoedas.
Atualmente, 52% dos investidores nigerianos de cripto alocaram mais da metade de seus ativos em criptomoedas, segundo dados do Cointelegraph.
Esta posição de destaque da Nigéria é uma resposta de sua população à orientação do banco central do país, que está recomendando as instituições financeiras a bloquearem entidades criptográficas do ecossistema bancário.
A despeito do crash do mercado cripto, em abril, o interesse da população local pelo tema disparou. De acordo com dados do estudo realizado pela CoinGecko, a Nigéria lidera, com folga, o ranking que mede o volume de pesquisas das populações mundiais por criptomoedas.
“A Nigéria liderou a lista com os mais altos níveis de pesquisa para palavras e frases 'criptomoeda', 'investir em cripto' e 'comprar cripto' em todo o mundo. Além disso, a população da Nigéria procura pela criptomoeda 'Solana', a terceira maior do mundo”
Com exceção dos EAU, a maioria dos países no top 10 do comércio de criptos tem renda per capita abaixo de US$ 30.000, o que os coloca no espectro de renda mais baixa.
Nigéria, Paquistão e Índia estão entre os seis dos países mais populosos do mundo e irão liderar as taxas demográficas até 2050, segundo previsões da ONU. Entender o comportamento destas populações sobre a adoção de criptomoedas, é um termômetro para o futuro.
A visão de longo prazo também está entre os motivos que levaram Serena Williams a apostar na nigeriana Nestcoin. Afinal, o fundo da tenista também considera projeções e retorno no longo prazo, e não apenas propósito.
“ Olho para a empresa e a primeira coisa que pergunto é: 'Ela se encaixa em nossa tese?’. E, em segundo lugar: ‘Funciona?’. Isso vai ser grande o suficiente para mim?’”, explicou a atleta.
Com US$ 111 milhões captados, em março, para o fundo inaugural e mais de 65 empresas investidas desde 2014, a criptografia e Web3 são vistas por Serena e seu board como “negócios de um futuro próximo”.
No início do ano, ela já havia se juntado a Sorare, a empresa de fantasy games NFT, para levar o alcance a outras ligas e esportes, especialmente por meio das mulheres.
Casada com Alexis Ohanian, cofundador do Reddit e um dos primeiros investidores da Coinbase, a tenista recebeu fortes influências dentro de casa.
Ainda em 2021, o casal blockchain buscou empresas que funcionam como a espinha dorsal dos ecossistemas de criptografia e NFT. O resultado foi um investimento conjunto em cinco startups:
Bitski: um mercado NFT que visa agilizar o processo de criação, venda e compra de bens digitais
Islands: cria recursos para simplificar a experiência de possuir NFTs
Lolli: programa de recompensas de reembolso com criptomoedas
QuickNode: equipamento de suporte Solana de ponta a ponta
Solana Venture: esforços da Solana para aumentar a mídia social descentralizada
Enquanto se prepara para o último ato em quadra, Serena Williams tem a certeza de que seu futuro, ou parte dele, será escrito por novas histórias construídas na economia descentralizada, um terreno ainda desconhecido, mas que vem sendo desbravado pela jogadora com a mesma destreza e inteligência usadas para alcançar o topo do tênis mundial.
“Quando pensamos em Web3 e criptomoedas, imaginamos que esse será o maior espaço para os próximos anos em termos de crescimento”, disse Williams.
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