20’s são os novos 2000’s
GM, Block Pointers. Plataformas de compartilhamento de áudios renascem depois de 20 anos, trazendo aspecto cultural da música e senso de comunidade à Web3
Relíquia e nostalgia para alavancar a música na nova internet
Redes de computadores descentralizadas, entregando mídia, sem intermediários, e desafiando a indústria tradicional. Estamos no inicio dos anos 2000 ou 2020?
É a era do compartilhamento de arquivos peer-to-peer (p2p) - sem necessidade de um servidor central - ou da economia ownership, em que criadores são donos dos próprios conteúdos e escolhem em qual plataforma eles serão distribuídos?
A volta do LimeWire e seus recentes anúncios de colaborações com artistas como Travis Barker, baterista do blink-182, provocaram esse lapso atemporal.
O renascimento da pirataria digital em plena Web3 também trouxe o retorno de outros icônicos players como Napster e Winamp.
Uma surpreendente reativação na nova era da internet movida pelo hype? Definitivamente não! Nesta semana, a The Block Point se propõe a detalhar os planos das saudosas plataformas e quais contextos estão implicitamente inseridos nestes movimentos.
A compra destas empresas por entusiastas da blockchain e a promessa de revolucionar a música por meio da Web3 sem ilegalidades contempla investidores e artistas, e reverbera na cultura pop e nas imensas comunidades construídas por elas no passado.
Para começar, é importante compreender como estas plataformas atingiram milhões de pessoas e tiveram sua curta vida útil esmagada por uma enxurrada de processos. A linha do tempo do case LimeWire esmiuça as causas da morte e mostra como ela ressuscitou.
4 de agosto de 2006
Uma coalizão formada pelas gravadoras Sony BMG Music Entertainment, Universal Music Group, Warner Music Group e EMI Music da Grã-Bretanha abriram um processo, no Distrito Sul de Nova York, contra o Lime Group LLC.
Na queixa, as gravadoras alegam que os operadores do LimeWire estão "facilitando, incentivando e induzindo ativamente" usuários de computador a roubar música.
O caso é o primeiro processo de pirataria movido contra um distribuidor de software de compartilhamento de arquivos desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu, em 2005, que empresas de tecnologia poderiam ser acionadas por violação de direitos autorais.
27 de outubro de 2010
Após uma batalha legal de quatro anos com a indústria musical dos EUA, o LimeWire foi fechado. A decisão de um tribunal federal de NY determinou que a plataforma causou intencionalmente uma "grande escala de violação" ao permitir o compartilhamento de milhares de obras protegidas por direitos autorais por seus 50 milhões de usuários mensais.
De acordo com a Recording Industry Association of America, responsável por unir as gravadores, as vendas de música gravada nos EUA caíram de US$ 14,5 bilhões, em 1999, para US$ 7,7 bilhões em 2009.
9 de março de 2022
Sob nova gestão dos irmãos austríacos Julian e Paul Zehetmayr, o LimeWire anuncia o seu retorno após 12 anos como um Markteplace de NFT para arte, música e entretenimento.
17 de maio de 2022
O LimeWire assina um acordo com o Universal Music Group, ignorando o processo dos anos 2000, para licenciamento de conteúdo na Web3 envolvendo os artistas do grupo. O primeiro lançamento de uma coleção de arte digital é com Travis Barker. Brandy, Nicky Jam, Aitch e Dillon Francis serão os próximos.
Não deixem passar despercebida uma informação muito relevante exibida na cronologia acima. Em seu fim, o LimeWire tinha 50 milhões de usuários mensais.
Em maio de 2009, 17 meses antes de ser banida, a plataforma foi usada por 58% de indivíduos que baixaram músicas através do sistema peer-to-peer.
E mais: no auge, o Napster ostentava 100 milhões de pessoas em sua rede, oferecendo um acervo de 42 milhões de tracks. Enquanto o Winamp acumulava 80 milhões de inscritos.
É muito nítido que o engajamento e o senso de comunidade alçaram e sustentaram as plataformas até a derrocada. Dois pilares imprescindíveis para o ecossistema da web3.
Como foi muito bem questionado pelo portal Music Tech, o que estas marcas herdadas dos anos 2000 podem trazer para a comunidade musical da web3? Nostalgia para monetizar? Ou uma combinação de reconhecimento de nome com alguma inovação real?
Nós apostamos na segunda opção. Por que?
Os fandoms de música se concentram em colecionar recordações, mercadorias e experiências. E este é mesmo princípio motriz usado pelas marcas da Web3 para se conectar com seu público.
Colecionadores de músicas não atrelam suas compras a fins financeiros e especulativos, mas como uma forma de estarem mais ligados aos seus artistas preferidos.
Quando o LimeWire mergulha totalmente na Web3, ele traz uma estratégia de onboarding. A plataforma já conhecida do público se apresenta como amiga para levá-lo ao universo dos NFTs.
O Napster segue o mesmo caminho. Comprado por um consórcio formado pelas empresas Hivemind (criptografia) e Algorand (infraestrutra de blockchain), a empresa quer usar seu robusto catálogo de streaming para conectar-se com seus fãs por meio de colecionáveis digitais e tokens.
“Apoiados por uma nova geração de tecnologia, mas inspirados pelo mesmo espírito pirata”.
Diferentemente das concorrentes, o Winamp trouxe uma percepção distinta para sua base de 80 milhões de usuários, que está ativa. A marca ainda não se vê genuinamente nativa da Web3, considerando a integração à nova tecnologia um procedimento híbrido.
“O objetivo não é se tornar uma plataforma Web3. Para o Winamp, trata-se de integrar os recursos da Web3 em seu player existente, e permitir que os usuários combinem seus hábitos de escuta com colecionáveis NFT, se desejarem", explicou Thierry Ascarez, chefe de desenvolvimento de negócios da empresa.
Independentemente dos planos de execução, no fim, as nostálgicas plataformas estão de volta para incluir o aspecto cultural da música à web3, sem barreiras. E elas têm capacidade de potencializar as mudanças que já afetam a indústria tradicional por causa das empresas de música nascidas na Web3.
Quis o destino que 20 anos depois a história se repetisse. E para que o novo desfecho não seja trágico, como em 2010, os novos líderes destas marcas trazem suas visões e projeções do que poderá ser o mercado nesta próxima década. Isso é o que você acompanhará na edição de quinta-feira.
Direto ao ponto
Nesta sessão, sempre traremos alguns poucos e bons destaques sobre o que está acontecendo neste mercado
Johnny Depp vende NFTs e destina parte dos lucros a hospital infantil ligado a Amber Heard
Gusttavo Lima, Luan Santana e Marília Mendonça terão direitos musicais tokenizados pela Coinext
Emirados Árabes Unidos (EAU) anuncia primeiro hospital no metaverso
Momento NGMI - Not Going To Make It
Esse meme é digno de NGMI (mentalidade de quem não vai ser bem sucedido nesse universo). Ainda bem que vocês, Block Pointers, não cometem essas gafes. Aqui somos todos do time WAGMI!
WAGMI - We’re all Going To Make It
O mantra adotado pelos entusiastas desta tecnologia que expressa boas notícias e tem conotação de que estamos juntos para fazer isso acontecer.
Afinal, conectar, democratizar, construir e pertencer a uma comunidade são os valores que irão nortear nossa jornada
Você, Block Pointer, estará dentro da maior transformação desde o surgimento da internet e nos ajudará a construir este futuro
Para isso, disponibilizamos nossa plataforma para que compartilhem suas ideias e experiências dentro da Web3.
The Block Point
Conectando entusiastas à tecnologia do futuro. Somos o agente de informação e o ponto de encontro para todos que participarão desta revolução.
Todas as terças e quintas-feiras, às 12:12, de forma simples e fácil de ser entendida, mostraremos as infinitas e ótimas oportunidades que a blockchain traz.
Até quinta
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